Prorrogado Concurso Poesia no ônibus

 Prorrogado até domingo, 24 de abril!

Atenção! Depois dessa chance de novo prazo, não haverá outra.
Observem com atenção o e-mail de envio do material. Se não receberam resposta é porque o material não chegou ao destino certo.


Modelo de cartaz como serão expostos os poemas:

Atenção para o Regulamento!

REGULAMENTO - Concurso “Poesia no ônibus” -             Inscrições até 20 de abril

A Casa do Poeta de Canoas lança o 4º Concurso “Poesia no ônibus” para selecionar 100 poemas a serem fixados nos ônibus que circulam pela cidade.

1. Poderão participar autores de todo Brasil. A temática é livre e os textos não precisam ser inéditos. Autores menores de 18 anos deverão anexar à ficha o Termo de Autorização do Anexo 2.

 2. A Casa do Poeta receberá as inscrições somente até o dia  20/04/2022 (não haverá prorrogação de prazo), pelos email capoetcan@yahoo.com.br . Dúvidas-  Fone/whatsapp: (51) 8566 2463.

 3. As inscrições são gratuitas. Cada autor poderá participar com até 3 poemas, porém apenas um será selecionado para publicação.

 4.  Os poemas deverão ser enviados com nome do autor, em arquivo formato doc (Word), fonte Times New Roman, corpo 12, acompanhados de ficha de inscrição do anexo 1 (assinada e escaneada). Menores de idade, devem anexar também o “termo de autorização” do anexo 2, assinado e escaneado).

 5. Os poemas devem ter no máximo 10 linhas, de 45 caracteres cada (as linhas entre estrofes/versos são contadas). O título não conta linha, pois é formatado de modo especial.

 6. A Casa do Poeta de Canoas se reserva o direito de recusar trabalhos sem mérito literário, que configurem plágio ou de teor preconceituoso, pornográfico, partidário ou de proselitismo religioso. Citações deverão ser assinaladas com aspas, itálico e indicação de autor e fonte entre parênteses ao final do texto.

 7. A inscrição somente será considerada efetivada mediante envio dos itens de acordo com este regulamento e o participante receber retorno do acolhimento.

 8. Todos os trabalhos serão revisados por profissionais da área, sendo que, os autores poderão rever seus textos após isso e antes da publicação, sugerindo modificações (desde que respeitem o item 4).

 9.  A publicação do resultado oficial do Concurso, realizar-se-á no dia 04/05/2022, no Teatro do SESC, Av. Guilherme Schell, 5340 – Centro/Canoas, e posteriormente nas redes sociais.

 10. A participação dos autores dependerá do integral cumprimento do presente Regulamento, cabendo à Diretoria julgar os casos omissos no mesmo.

 


   

ANEXO I 

Para envio por e-mail, esta ficha deve ser preenchida, impressa, assinada com caneta azul e escaneada.          

4º Concurso Poesia no ônibus - Realização: Casa do Poeta de Canoas 

– FICHA DE INSCRIÇÃO 

Nome completo:

Data de nasc.:     /    /                         Naturalidade:                                          

Endereço (Rua, nº):

Bairro:                         Cidade:                             Estado:          CEP:

E-mail:                                                 Site ou blog pessoal:

Fone:                                           Celular:

Profissão ou atividade:

 Currículo: (máximo 10 linhas) Este não será publicado, apenas arquivado para uma possível publicação futura dos poemas em coletânea.

Declaração: Declaro para os devidos fins que li e estou de acordo com o regulamento disponível no Blog  http://casadopoetadecanoas.blogspot.com  

................................., ...... de ................................ de 2022. 

___________________________________

Assinatura do Autor 


Anexo II - AUTORIZAÇÃO PARA MENOR DE IDADE

Importante: Todos os campos são de preenchimento obrigatório. (Em caso de envio por e-mail, esta autorização deve ser preenchida, impressa, assinada com caneta azul, escaneada e enviada junto à ficha de inscrição que deve conter os dados do menor, autor dos textos inscritos).

Eu, ..............................................................................................  nascido em ....../......./.............

(nome completo do Responsável Legal indicando parentesco se pai, mãe, etc)

RG nº. ............................................ e do CPF nº. ......................................... residente no endereço (Rua, nº) ............................................................. _Bairro ________________

Cidade ....................................... Estado ......., ___  neste ato na qualidade de Responsável Legal por ........................................................................................... Portador do RG nº.  ...........................,

                        (Nome completo do menor inscrito)

AUTORIZO sua participação e publicação de seu texto no 4º Concurso Poesia no ônibus da Casa do Poeta de Canoas, bem como me responsabilizo  pela aceitação e cumprimento do disposto no Regulamento. Do mesmo modo, AUTORIZO o uso de sua imagem, por tempo indeterminado, em todo e qualquer material relacionado à divulgação da obra e eventos afins, seja em mídia impressa, virtual ou eletrônica, sem ônus para a entidade.

Por oportuno, declaro estar ciente dos Termos do Regulamento desta participação, disponível no Blog  http://casadopoetadecanoas.blogspot.com . 

Por esta declaração ser a expressão da nossa vontade, subscrevemo-nos. 

_____________________________________________

Assinatura do Menor participante inscrito

_____________________________________________

Assinatura do Responsável

Canoas, ___ de _________ de 2022.

1ª Semana da Poesia

 


20 anos... como o tempo passa!

 2002 foi o ano da criação da Casa do Poeta de Canoas.

Para comemorar os 20 anos, estamos organizando a 7ª Coletânea.

Participe você também e convide mais amigos.



(clica na imagem para ampliar, leia o regulamento e acesse a página correspondente no Facebook pelo link abaixo)



https://www.facebook.com/VII-Colet%C3%A2nea-Casa-do-Poeta-de-Canoas-100740845926704/?ti=as   


Recomeçando... Feliz Mulher 2022!

 Para homenagear as mulheres no seu dia,

 alguns POEMAS escritos

 para elas e por elas:

 

É TÃO GENTIL E TÃO HONESTO O AR

 

É tão gentil e tão honesto o ar
de minha Dama, quando alguém saúda,
que toda boca vai ficando muda
e os olhos não se afoitam de a fitar.

Ela assim vai sentindo-se louvar
na piedosa humildade em que se escuda,
qual fosse um anjo que dos céus se muda
para uma prova dos milagres dar.

Tão afável se mostra a quem a mira
que o olhar infunde ao coração dulçores
que só não sente quem jamais olhou-a.

E quando fala, dos seus lábios voa
Uma aura suave, trescalando amores,
que dentro d’alma vai dizer: “Suspira!”

Dante Alighieri  (Tradução de Ivo Barroso)

 

 

 

AS MULHERES

Dei a maçã aos lábios nus de Adão.
Na força de Sansão fui seu desarme.
Salomão dava o céu para alcançar-me.
Não cobrei por Jesus beijar-me as mãos.
Conquistei Grécia e Tróia, heróis da Raça.
Lesbos de amor, cantei a eterna senda.
Dei-me a César e à morte em oferenda.
Roma de horror, fui eu a mais devassa.
Tive Bizâncio, Justiniano, ao tê-lo.
Mil e uma noites li-me sem ter fim.
Nenhuma teve a China além de mim.
Perdi Tristão nos ecos do castelo.
Montei na noite nua por inteiro.
Nasci gérmen do Papa e da peçonha.
Reinei por Luís em meus lençóis e fronhas.
A Rússia foi meu leito e meu império.
Os segredos da Guerra ouvi no leito.
De tudo ao rei, que nem quis mais coroa.
Posei pra ti, mein Führer, rindo à toa.
Carrega-me, Argentina, no teu peito!
Não traí Sartre: a fêmea também voa.
Hollywood deu-me aos fãs e aos barbitúricos.
…Todas eu sou. Dos homens, tenho a loa
do sêmen vivo de seus olhos túrgidos.

Luís Antonio Cajazeira Ramos

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Poemas escritos por mulheres

 

Poema de  Gaspara Stampa

 poeta italiana — 1523-1554

 

Um deixar-se matar sem sentir dor

E oferecer consolo a quem ofende;

Ver-se na própria chama, que se acende

No olhar alheio, e não fugir do ardor;

Ganhar a liberdade e não se opor

A que outra vez se estreite o nó que prende;

Saber que de outrem todo o bem depende

E nele só buscar alívio à dor;

Achar no aspecto seu graça e magia

Na fala ou no silêncio uma atração

E no seu porte e gesto, fidalguia;

Existe, assim, bem mais de uma razão

Para que eu volte ao pranto em que vivia;

E ao mesmo tempo rogo a Deus que não.

 

Assim me faz Amor arder inteira

Como uma nova salamandra, e igual

A não menos estranha ave ancestral

Que morre e que ressurge na fogueira.

O meu prazer, delícia e brincadeira

É estar ardendo e não sentir meu mal

Sem me importar se quem me induz a tal

De mim queira ter pena ou não no queira.

Mal o primeiro ardor foi se apagando

Amor outro acendeu, mais vivo e quente,

Que cada vez mais sinto me abrasando.

Mas não serei por isso penitente

Se quem meu coração andou roubando

Do novo ardor se vir pago e contente.

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Poema de  Louise Labé

 poeta francesa — 1524-1566

 

Belos olhos que fingem não me ver

Mornos suspiros, lágrimas jorradas

Tantas noites em vão desperdiçadas

Tantos dias que em vão vi renascer;

Queixas febris, vontades obstinadas

Tempo perdido, penas sem dizer,

Mil mortes me aguardando em mil ciladas

Que o destino me armou por me perder.

Risos, fronte, cabelos, mãos e dedos

Viola, alaúde, voz que diz segredos

À fêmea em cujo peito a chama nasce!

E quanto mais me queima, mais lamento

Que desse fogo que arde tão violento

Nem uma só fagulha te alcançasse.

 

Vivo e morro, e me afogo em chama ardente;

Sinto calor extremo e extremo frio

Meu caminho ora é claro, ora é sombrio,

E em meio a grande pena estou contente.

Choro e me rio simultaneamente

E na alegria meu tormento expio;

Duradouro é meu bem, mesmo arredio,

Sou planta seca e ramo florescente.

Assim me leva Amor, sempre inconstante,

Pois quanto mais me doem minhas dores

Sem que perceba encontro alívio adiante.

Se do prazer, porém, gozo os favores

E se aproxima o desejado instante,

Amor me atira às penas anteriores.

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Poema de  Elizabeth Barrett Browning

 poeta inglesa — 1806-1861

 

Ama-me pelo amor do amor somente.

Não digas nunca: “Amo o sorriso dela,

Seu rosto, ou o jeito de dizer aquela

Palavra murmurada de repente

Que faz meu pensamento confidente

Do seu, e torna a tarde ainda mais bela”.

Tudo pode mudar, meu bem; cautela,

Pois pode ser que o amor de nós se ausente.

Tampouco sirva o amor que assim me dás

Para enxugar-me o pranto por piedade:

Quem prova teu consolo é bem capaz

De, sem chorar, perder-te por vaidade.

Mas se amas por amor, conseguirás

Amar sem fim, por toda a eternidade.

 

Mesmo que partas, ficarei presente

Em tua sombra sempre. Nos umbrais

De minha vida a sós, sei que jamais

Comandarei as emoções e a mente

Sem que o toque sereno, antes ausente,

De tua mão na minha dê sinais

De que estás junto a mim. Sei que por mais

Larga a distância, o coração fremente

Pulsa em dobro. Teu vulto transparece

No que faço e o que sou, e é certo, pois,

Que o vinho sabe às uvas de sua messe.

E quando rogo a Deus por mim, depois,

Ele escuta o teu nome em minha prece

E em meu olhar vê lágrimas de dois.

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Poema de Adélia Prado –

Poeta brasileira — nascida em 1935

 

Casamento

Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como “este foi difícil”

“prateou no ar dando rabanadas”

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.

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Poema de Cora Coralina

Poeta brasileira — 1889-1985

 

Meu destino

Nas palmas de tuas mãos

leio as linhas da minha vida.

Linhas cruzadas, sinuosas,

interferindo no teu destino.

Não te procurei, não me procurastes –

íamos sozinhos por estradas diferentes.

Indiferentes, cruzamos

Passavas com o fardo da vida…

Corri ao teu encontro.

Sorri. Falamos.

Esse dia foi marcado

com a pedra branca

da cabeça de um peixe.

E, desde então, caminhamos

juntos pela vida…

 

Poemas de Cecília Meirelles  

poeta brasileira — 1901-1964

 

De longe te hei de amar

— da tranquila distância

em que o amor é saudade

e o desejo, constância.

 

Do divino lugar

onde o bem da existência

é ser eternidade

e parecer ausência.

 

Quem precisa explicar

o momento e a fragrância

da Rosa, que persuade

sem nenhuma arrogância?

 

E, no fundo do mar,

a Estrela, sem violência,

cumpre a sua verdade,

alheia à transparência.

 

 

Canção

 

Não te fies do tempo nem da eternidade,

que as nuvens me puxam pelos vestidos

que os ventos me arrastam contra o meu desejo!

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,

que amanhã morro e não te vejo!

Não demores tão longe, em lugar tão secreto,

nácar de silêncio que o mar comprime,

o lábio, limite do instante absoluto!

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,

que amanhã eu morro e não te escuto!

Aparece-me agora, que ainda reconheço

a anêmona aberta na tua face

e em redor dos muros o vento inimigo…

Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,

que amanhã eu morro e não te digo…

 

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmã das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.