Pelo 8 de março



Um poema para homenagear todas as mulheres


Mulher

Quem inventou a mulher
teve um útero de amor como cenáculo,
como matriz, a alvorada de todos os dias.
Quem quis a mulher encontou
a primazia pelo servir no eterno devir.

Quem pesa suas ações
sabe de sua perseverança
azular no horizonte, não existe.

Quem imagina apatia numa mulher,
por certo desconhece seu indomável,
sólido e gigante poder de superação.

Quem feriu uma mulher foi torpe.
triturou carne de sua carne,
lesou seu próprio espírito

Quem perdoou a mulher
não perdoou a imperícia ou néscio.
Foi movido por anelar a bonança
por viver a benevolência.
Ela que foi gênese do perdão.

Quem viu uma mulher orando, comoveu-se.
sua fé 'transporta montanha'
e o anjo das preces confortou seu coração.

Quem compartilhou, colhendo as lágrimas
de uma, amiúde deve ter
partilhado de seus êxtases
em momentos de júbilo e regozijo.

Quem despiu uma mulher
viu como se plasma uma estátua,
descortinou um templo,
humanizou-se pelo acolhimento
insinuante e benigno.

Quem amou uma mulher
globalizou, totalizou seu ser,
reuniu seus fragmentos e os potencializou
para o aconchego
no sorver ditoso e ansioso de vida.

Quem teve nas mãos o corpo de uma mulher
delineou uma escultural obra prima do Criador,
tamanha elegância e perfeição
que o filho de Deus, fascinado,
de seu 'corpo-sacrário', quis nascer.

Ancila Dani Martins - 2008
Casa do Poeta de Canoas e ACE

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