Que posso dizer seu moço...
Porque o livro é muito
caro:
Pra qualquer gaudério
avaro,
Todo livro tem caroço!
Que posso dizer, sujeito
Que o livro tem alto preço?
Pra qualquer vivente
avesso,
Todo livro tem defeito!
Meus amigos, eu vos
confesso:
Por este rincão amado:
A todo cara antiquado,
O livro não tem acesso!
Ó meu distinto rapaz,
Do Rio Grande tão ativo...
O guasca quando vê livro,
Banca nas patas de trás!
Mais um tema, um trocadilho
De metáfora me empanturro:
O cara quer ficar burro,
Na ânsia de comer milho!
Rio Grande, mar de Maria:
Gente buena de alma pura;
Ao evocar-se a leitura,
Todas se vão a lá cria!
Para o azar do povão
Do Brasil pouco egrégio,
se a leitura é um
sacrilégio,
o livro é bicho-papão!
Pro cara bem às avessas,
Que anda ao léu, absorto...
Que anda ao léu, absorto...
A leitura é um desconforto,
Bicho de sete cabeças!
Sapucaia do Sul, 02 / 02 / 2010
OLINTO
VARGAS
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